domingo, 19 de maio de 2013

Resumo do texto Amor e Morte



O texto a seguir trata sobre a obra de um visionário, o Dr. Enrico Ferri, que foi um advogado criminalista, nascido em San Benedetto, na Itália.
Ferri foi aluno do famoso médico, Dr. Cesare Lombroso. Cesare, diferentemente de Ferri, voltou seus estudos para o lado fisiológico da criminologia, o que o levou a ser muito respeitado e ter a suas obras como pilar base da criminologia até por volta da metade do século XX.
Ferri foi autor do famoso livro Discursos de Defesa, que vem dividido em três discursos. O objeto do nosso estudo será o primeiro discurso, intitulado “Amor e Morte”.
Esse primeiro discurso foi escrito por Ferri, para a defesa de Carlos Cienfuegos, assassino de sua amante, a condessa Hamilton. Ao ver que não teria como defender a tese de negativa de autoria, Ferri, de forma ousada, tentou que ao menos seu cliente tivesse a pena reduzida.
  Frente ao tribunal criminal de Roma, Ferri, alegou ao júri e tentou fazer que com que enxergassem que Cienfuegos matou por amor, e que amor e morte nasceram juntos, como irmãos, assim como amor e crime.
O autor, através de sua atuação como advogado, tenta mostrar que não foi um simples homicídio por vingança ou ódio, e sim, que por mais que todas as circunstâncias e fatos do crime levassem a um autor e culpado, não deveria ser esse o tema de discussão. Ferri mostra que o autor, entorpecido de amor ao matar a própria amante acaba cometendo um suicídio, pois, matou em si mesmo as esperanças de um futuro feliz com a amada, e que agora, terá que suportar as consequências de sua atitude.
Ao fazer tal alegação, Ferri tenta mostrar que as consequências do próprio crime são o pior castigo que o réu poderia ter, e que uma pena severa não iria ter finalidade alguma, pois não mudaria para o réu.
Portanto concluímos que Ferri tentou mostrar ao júri que o seu cliente agiu sobre o impulso de uma forte emoção, o que nos remete ao discurso falacioso de apelo a piedade, pois na época, uma pena reduzida por esse fato seria uma grande vitória.
Temos trechos nos quais Ferri ensina que nem sempre a melhor tática de defesa é a absolvição, pois, há circunstâncias em que isso se torna impossível, vemos que para convencer, o autor utiliza-se de argumentos palpáveis, nos quais tenta mostrar que o crime foi cometido por um distúrbio moral e psíquico, e que o júri não deveria condenar alguém em situação tão delicada.
Dessa forma, Enrico Ferri da à luz a uma nova perspectiva no tocante a criminologia da época, levando os julgadores a enxergar não só o fato, mas sim, os motivos pelo qual o autor os praticou, sendo, tal perspectiva aplicada em códigos penais até os dias atuais.  

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